domingo, 25 de setembro de 2011

Tango

O tango apareceu em Buenos Aires a partir do final do século passado derivando da habanera, da milonga e de certas melodias populares européias. Nos salões, ele começou a ser dançado nas décadas de 30 e 40. A maneira de dançar o tango foi se modificando e evoluindo de acordo com a época. Entre 1870/1900, dançava-se uma coreografia sem música definida (podia ser valsa, polka ou habanera). É a partir do fim de 1880 que surge o tango como música. A coreografia que se dançava era totalmente improvisada, com muitas paradas chamadas "cortes" (o dançarino parava de dançar para fazer poses com a sua parceira) e "quebradas" ( movimentos de cintura imitados dos negros). Os pares dançavam muito unidos, o que era escândalo para a época. É desta época a figura chamada de "parada".

 Nas duas décadas seguintes, o desenho realizado no chão com os pés é o que é valorizado na dança. É desta época os passos denominados "meia-lua" e "oito". Nesta fase os pares se distanciam e os corpos formam um arco, provavelmente em função da criação do desenho no piso. Entre 1920 e 1940, a postura dos dançarinos se modifica mais uma vez, tornando-se mais elegante; é quando surge o tango de salão. Já não interessa apenas o dançar e sim como dançar. É na década de 40 que se inicia a massificação do ritmo, pois foi quando mais se dançou o tango. Porém não houve um ganho na qualidade. Apenas nas décadas de 50 e 60 que os famosos "ganchos" e suas variações- tão popularizados no tango de apresentação- aparecem. Em 1970 a maior influência que o ritmo sofre é a do ballet clássico.

A paixão atual do mundo pelo tango se deve em grande parte pelo espetáculo "Tango Argentino" (de 1983) , produzido por Cláudio Segovia e Héctor Orezzoli, apresentado com sucesso na Europa e América. A partir deste espetáculo se revitalizou no mundo o interesse pelo aprendizado do ritmo. Segundo Segovia o espetáculo criou o tango-dança, que não existia antes (tango como espetáculo) e despertou o interesse e o desejo de aprender a dançar. Diz também que o tango não é um ritmo que se aprende em poucas aulas. "A colocação do corpo, a cabeça, o olhar, os ombros, os braços, o tórax, as pernas, saber caminhar com passos largos e elegantes, é um processo que pode levar muito tempo. Depois de tudo isso, pode-se começar a aprender os passos." , completa Segovia.

No Brasil, no início deste século, o que se chamava de tango brasileiro era em realidade o maxixe, pois foi a forma que os nossos compositores encontraram para burlarem o preconceito deste ritmo genuinamente nacional e precursor do samba.

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